Fechando uma semana agitada, a aparição de Kanye West – ou Ye, como parece agora preferir – como convidado musical do Saturday Night Live teve os contornos polémicos que já aprendemos a antecipar.
Sob a batuta de Adam Driver, apresentador convidado deste episódio, Kanye surgiu fantasiado de uma garrafa gigante de Perrier, ladeado por um Lil Pump visivelmente desconfortável a quem coube uma garrafa de Fiji, a interpretar o tema viral I Love It, que figurará no seu novo álbum. Seguiu-se um segundo segmento musical com We Got Love, num registo consideravelmente mais subtil, acompanhado por Teyana Taylor – numa performance um pouco atabalhoada. Ao fechar das cortinas, e já com os créditos a rolar, uma rara interpretação de Ghost Town foi ofuscada pelos contornos políticos do famoso boné vermelho com a sigla “Make America Great Again” – com que Ye figurara já nos vídeos promocionais. Já fora do ar, o momento mais polémico: debaixo de apupos, o rapper brindou a plateia com um caótico louvor a Donald Trump, que o comediante Chris Rock registou e publicou no instagram.
Chris Rock’s Instagram story captured Kanye West going on a rant about Trump after “SNL” last night. Cheering and boos can be heard from the audience. pic.twitter.com/aXmG9JirrM
— Frank Pallotta (@frankpallotta) 30 de setembro de 2018
Têm sido, como referimos, dias interessantes para Kanye West. Depois de anunciar Yandhi, uma série de outdoors prometiam o lançamento do seu terceiro registo do ano para 29 de Setembro – o adiamento é, por esta altura, já uma obviedade.
Dividido entre ações promocionais, Kanye surgiu nos headquarters da Fader com o seu “MAGA hat” personalizado e uma camisola de apoio a Colin Kaepernick, tocou algumas previews do disco, e manifestou o seu apoio a uma heterogénea série de personas non gratas, que incluíram 6ix9ine, XXXTentacion, Louis CK.
Ontem anunciou também que estará de regresso à TMZ, onde a sua última aparição ficou marcada pelos célebres comentários sobre a escravatura.
Vai crescendo, naturalmente, a antecipação pelo novo registo de um nome incontornável, mas amontoam-se também as reservas face ao comportamento cada vez mais errático de Ye, principalmente à luz do seu recente diagnóstico de bipolaridade.