No momento em que Noah Lyles passou a meta dos 100 metros, inscreveu o nome na história olímpica. Mas foi além disso. O sprinter está a tornar-se num ícone global, o herdeiro de Usain Bolt – talvez o primeiro corredor superstar – e nada como uma medalha de ouro para consolidar esse estatuto.
Os momentos multiplicam-se, a começar pelas cartas Yu-Gi-Oh! antes das corridas, e um love manifesto por Full Metal Alchemist. Filmou um documentário próprio, assinou experiências musicais, e o interesse por moda já o levou à capa da Dazed e à Milan Fashion Week, onde desfilou pela Hugo Boss. Ontem, enquanto atleta da adidas, calçou umas Adizero Y-3 para a derradeira corrida no Stade de France. A tudo isto junta-se um braggadocio à Zlatan, que é mais showmanship do que arrogância. A provocação mais célebre, claro, foi o comentário sobre os vencedores da NBA que “não são campeões do mundo”. Há até quem diga que é por sua causa que a seleção de basket dos EUA está tão stacked nestes Jogos.
Depois da vitória olímpica (e de se apelidar a si próprio de “incrível”), Lyles mandou um recado à adidas: “quero a minha própria sapatilha. Nem o Michael Johnson [sprinter americano que venceu quatro ouros olímpicos] teve direito a uma sneaker com o nome dele. Com a quantidade de medalhas que trazemos, com a notoriedade que temos… Vai ter de acontecer.”
Noah Lyles não é só um ícone emergente, como também quer arrastar o atletismo até à spotlight. Está no bom caminho, e nós vamos ficar para ver.