Bella Hadid estará a preparar-se para processar a adidas, depois de a marca alemã ter cedido à pressão do governo israelita e removido uma campanha protagonizada pela modelo. Mas qual é, afinal, o contexto?
Tudo começou com o comeback das sapatilhas SL72, um modelo clássico das Three Stripes, e pelo qual Bella Hadid deu a cara. É que as SL72 foram criadas especialmente para as Olimpíadas de Munique, um evento marcado pela entrada do Setembro Negro, organização militante palestina, na Aldeia Olímpica. O grupo exigia a libertação de presos palestinos detidos em Israel e na Alemanha, e tomou como reféns onze atletas israelitas que seriam mortos nos confrontos subsequentes.
Por causa deste contexto histórico, o governo de Israel criticou no X (ex-Twitter) a escolha de Hadid como rosto da campanha. O motivo? As origens palestinianas da modelo, e as suas denúncias dos crimes israelitas ao longo dos últimos meses.
A adidas cedeu e removeu do ar os anúncios, afirmando-se “conscientes das ligações estabelecidas com eventos históricos, ainda que não intencionais”. Só que Hadid não parece disposta a recuar, e já terá reunido uma equipa legal para acusar formalmente a marca alemã da sua “falta de accountability”.
A campanha desapareceu, por agora, mas ficam os sinais de alarme. Bella Hadid, escusado será dizer, não tem qualquer relação com um atentado com mais de cinquenta anos. O cancelamento da campanha, motivado por pressão política do governo israelita, parece ter uma só explicação: a sua nacionalidade palestiniana. Vamos ficar atentos aos próximos desenvolvimentos.