Playlist Spotify contracoutura #36 – NOIA

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Para a playlist desta semana, convidámos um nome incontornável da noite portuense, cujo currículo se estende um pouco por toda a Europa. NOIA é dj e co-fundadora da label XXIII, e os seus sets habituaram-nos a uma viagem desde os hard drums aos beats africanos, com passagem pelas ballrooms de NY até ao baile funk. Já passou por palcos como o NOS Alive e o Razzmatazz, ombreou com nomes como Branko, TSVI, Full Crate e Jäel, e as suas mixes já foram ouvidas na Rinse France, na Reprezen Radio ou na Rádio Quântica. A música que representa encaixa que nem uma luva na sua personalidade, e as escolhas com que nos brindou atestam isso mesmo.

O que é que podemos encontrar na tua playlist? Há algum tema por trás?
R: Quando estava a fazer a mix pensei nas faixas que mais me estão a fazer sentido neste momento enquanto dj e, principalmente, enquanto alguém que se entusiasma com novos lançamentos e novas sonoridades. Para além disso, escolhi 15 faixas que podem estar presentes nos meus sets e que me identificam nas minhas escolhas.

Trouxeste-nos uma playlist de novidades, mas uma das exceções é a “Noise” do DJ Marfox, que tem mais de meia década. Tens alguma memória especial com esta música que a tenha feito permanecer entre as tuas escolhas?
R: A “Noise” do DJ Marfox é uma das faixas que toco quase sempre quando faço um set mais clubbing, e queria incluir uma faixa do Marfox sendo ele uma das minhas maiores influências no que toco hoje. Para além disso, a sonoridade africana tão presente em Lisboa ainda demorou a chegar até ao Porto e, por isso, foi dos primeiros artistas que vi atuar da Príncipe numa festa das “White Window” há muitos anos atrás no Maus Hábitos.

Gostavas de ouvir uma playlist escolhida por quem?
R: Uma playlist do DJ Rashad, com uma visão dele da música que se faz actualmente.
Ou uma playlist de Four Tet, com um tema baseado na cena underground electrónica do UK. Ou, se estivermos a falar de um artista nacional, Nídia, sem dúvida. Ela é a “mais má” na seleção e é muito importante dar espaço a mulheres como ela que fazem crescer a cultura musical portuguesa além-fronteiras.

O que é que andas a preparar para os próximos tempos?
R: O meu futuro passa sem dúvida pela XXIII, tanto na evolução da label com todos os projectos que temos em mão, como também na marca que estamos a desenvolver. Um radio show também é uma ideia que me agrada muito, dentro do espetro que já fiz para a Soro Collective, ao misturar a música com assuntos pertinentes do momento. O ativismo e a música sempre foi um casamento que faz muito sentido para mim.
Como DJ quero continuar a viajar e a tocar em sítios incríveis, com o extra de conhecer pessoas que me fazem crescer imenso sempre que tenho estas oportunidades.