A abrir esta Milan Fashion Week, a Prada não perdeu a oportunidade para se afastar de registos mais convencionais, e para isso recrutou uma mão cheia de criativos. A opção é um reflexo das limitações impostas pela COVID-19, que a marca italiana diz ter “substituído um statement singular pela perspetiva de muitos”.
O resultado é um showcase dividido em cinco capítulos diferentes, acompanhados por cinco filmes criados por artistas visuais. Os criativos escolhidos foram Terence Nance, Joanna Piotrowska, Martine Syms, Juergen Teller e Willy Vanderperre, com uma premissa simples: cada um ter-se-á focado num elemento da coleção, que interpretou através da sua visão única. A inclusão de Vanderperre é particularmente significativa – conhecemo-lo bem enquanto colaborador habitual de Raf Simons, que se prepara para assumir a direção criativa da Prada.
Apesar das inovações, a marca italiana não abdicou de um desfile tradicional, trazendo-nos uma coleção com uma paleta cromática subtil – abundam os tons pretos, cinzentos, brancos e bege – pontualmente contrastada por prints vistosos. As peças masculinas apostam em cortes técnicos combinados com fatos clássicos, a que se somam peças de coordenadas workwear elevadas por uma construção de luxo, de cabedal a tafetá. Por fim, a linha Prada Linea Rosa serviu ainda para apresentar algumas propostas mais desportivas.