Com tantas novidades a chegarem-nos do mundo da música, a escolha sobre o que ouvir primeiro pode tornar-se complicada. Para facilitar as coisas, começamos cada semana a oferecer-vos uma seleção de novos lançamentos, escolhidos a dedo para uma entrada em grande. Esta ronda de novidades conta com singles, álbuns e mixtapes de Drake, Bispo, SZA, Caribou, Nenny e muito mais.
Aminé: Shimmy
Depois de ano e meio sem notícias do rapper de Portland, “Shimmy” é o mais recente single de Aminé, uma homenagem a um dos fundadores do Wu-Tang Clan. Se a alusão clara a Ol’ Dirty Bastard não fosse suficiente, também toda a sonoridade do beat nos remete para o hip hop dos anos 90, com samples da famosa “Shimmy Shimmy Ya” a liquidarem qualquer dúvida. Três anos volvidos desde o seu último disco, “Good For You”, encontramos Aminé na sua plena forma, com versos desinibidos como se nunca se tivesse ausentado.
“Shimmy” já se encontra disponível nas diversas plataformas digitais, e podem espreitar o videoclip, com mão do próprio rapper, aqui:
Bispo: Lembrei-me
Depois de abrir o ano com “Turbulência”, single com impacto imediato, Bispo continua no trilho das revelações, antecipando o seu esperado álbum “Mais Antigo”. Chega-nos agora “Lembrei-me”, um recontar de uma relação passada, que culmina numa nostalgia amplificada pelo instrumental acústica e sentimental que conduz a faixa. A produção ficou a cargo de FRANKIEONTHEGUITAR, a que se soma o habitual dedo de Michael “Mic” Ferreira na mistura.
“Lembrei-me” chega ainda acompanhado de videoclip, gravado nos Açores e com realização de Oxyretronave. Podem espreitá-lo abaixo, enquanto aguardamos “Mais Antigo”:
Caribou: Suddenly
O último álbum do canadiano Dan Snaith é a prova de que um hiato não significa uma perda de forma: cinco anos volvidos, “Suddenly” marca o regresso de Caribou aos territórios da eletrónica. Num registo que não foge às suas pinturas sónicas habituais, entre sorridentes progressões harmónicas, o disco transcende qualquer ambição à totalidade – cada recanto de cada faixa é texturizado e exaustivamente explorado, entre transições e cambalear por melodias que fazem as doze faixas parecerem muito mais longas.
“Suddenly” é assim um tactear da eletrónica via pop estilizado, hip hop, funk. Já está disponível nas plataformas digitais do costume, e podem aventurar-se pelo novo registo aqui:
Soccer Mommy: color theory
Sophie Allison, compositora e cantora de Nashville, desvela o seu segundo álbum, intitulado de “color theory”. Soccer Mommy tem vindo a tornar-se num nome proeminente dentro do universo do indie-rock, muito graças ao álbum “Clean”, que a catapultou para uma posição de estrelato e lhe permitiu ombrear em cartazes com Vampire Weekend e Paramore. Dois anos volvidos, traz-nos uma obra introspetiva, emocional, que resulta numa catarse ditada pela tónica do grunge. “color theory” aborda o confronto com a realidade da vida adulta, a moralidade, e viaja por temas delicados como a ansiedade e a depressão, ao mesmo tempo que a voz da cantora carrega consigo um tom reconfortante.
O álbum já se encontra disponível nas diversas plataformas digitais, e pode ser ouvido aqui:
FRANKIEONTHEGUITAR: Tempo feat. T-Rex, Lon3r Johny, Bispo
A marcar presença pela segunda vez na seleção de Fresh Finds desta semana, FRANKIEONTHEGUITAR inverte os papéis e assume o protagonismo em “Tempo”. O guitarrista e produtor revela o primeiro single do seu esperado álbum, que junta um elenco de luxo com T-Rex, Lon3r Johny e Bispo. Guiada pelos riffs de guitarra em loop, o tema dispensa até adicionais camadas sonoras durante grande parte da sua duração. T-Rex e Lon3r contribuem com versos crus, um registo surpreendentemente despido no caso do segundo, igualmente surpreendente e refrescante. É já com a batida em marcha que Bispo remata a faixa numa “high note”.
Tempo conta ainda com a colaboração de Benji Price e a mistura de Mic Ferreira, e está já disponível nas várias plataformas digitais, e pode ser ouvido aqui:
Drake: Chicago Freestyle, When to Say When
Os rumores apontam para um eventual novo álbum de Drake, e o lançamento de “When to Say When” e “Chicago Freestyle” parece sugerir que sejam mais do que rumores.
O padrão já é conhecido: as faixas que não encaixam em projetos de longa duração acabam a preceder o seu lançamento – foi o que aconteceu com “Summer Sixteen”, “5am in Toronto” e “Two Birds, One Stone”. Em “When to Say When”, Drake reflete sobre o percurso da sua carreira, e se vos soar familiar deve-se a “Sounds Like a Love Song”, sample utilizado no clássico “Song Cry” de Jay-Z. “Chicago Freestyle” não foge à temática, abordando erros do passado e experiências pessoais, contando ainda com a colaboração de Giveon (que tem sido confundido com Sampha, outro habitual colaborador).
As duas faixas estão disponíveis no Soundcloud, mas encontram-se também condensadas num videoclip:
Nenny: Aura
Uma das vozes que mais tem dado que falar em território lusitano é a de Nenny. Ao fim de pouco mais de um ano de carreira, a verdade é que os singles lançados continuam a revelar-se incontornáveis hits, com a versatilidade da artista tão óbvia como o seu talento. A consolidar todo o trabalho desenvolvido ao longo deste ano, “Aura” é o EP que, às “pequenas” grandes obras-primas que acumularam milhares de streams no último ano, vem juntar as novidades lançadas no passado domingo. Composto por nove faixas, “Vision”, “Look At Me”, e “Lion” roubam a “spotlight, mas o universo de “Aura” estende-se pelos territórios do hip e do trap, tacteando coordenadas afro, dancehall e R&B.
Já disponível nas plataformas digitais do costume, podem ouvir o primeiro EP de Nenny aqui:
Unknown T: Fresh Home
“Fresh Home” marca o regresso do britânico Unknown T, acusado de homicídio e que esteve atrás das grades desde julho de 2019. Revendo o seu tempo na prisão, a narrativa de “Fresh Home” assenta sobre o flow diligente e frio do rapper, em cima de um beat assinado por Hargo que amplia a sensação do ambiente de cárcere.
O novo single do rapper londrino já se encontra disponível nas diversas plataformas digitais, e faz-se acompanhar de videoclip, que podem espreitar aqui:
Princess Nokia: Everything Sucks, Everything is Beautiful
Durante a semana passada, a artista porto-riquenha Princess Nokia desvelou dois novos álbuns, “Everything Sucks” e “Everything is Beautiful”. A dualidade e a reinvenção estilística pode assustar a sua fanbase mais dedicada, mas Nokia não parece importada, explorando a sua bipolaridade artística.
“Everything Sucks” abre portas para um universo catastrófico, agressivo e irreverente, que se cose pelas linhas do trap e do hip-hop, construindo um ambiente underground onde há espaço para moshpits e stage dives ao som de “Crazy House” ou “Harley Quinn”. “Everything is Beautiful” é o seu antónimo. Nos antípodas sónicos e narrativos, Nokia explora temas como a espiritualidade e vivências pessoais canalizadas pelo seu rap introspectivo. “Everything is Beautiful” e “Everything Sucks” encontram-se disponíveis nas plataformas digitais do costume, e podem ouvi-los aqui:
Mk.gee: cz
O artista e compositor Mike Gordon acaba de revelar o seu primeiro single do ano, “cz”. A faixa, que ronda uns quatro minutos que soam a pouco, reflete a evolução sónica de Mk.gee nos últimos tempos. Se os seus últimos álbuns, nomeadamente “Fool” e “Pronounced McGee”, abrem as portas a um convívio entre baladas com sonoridades lideradas por guitarras distorcidas e sintetizadores, músicas que transpiram funk e autênticos grooves saídos dos anos 70, “cz” encontra-se num pólo oposto, fora da produção acústica. Movido por sintetizadores, reflete influências da eletrónica e psicodélicas pela progressão de acordes, e já se encontra disponível nas diversas plataformas digitais. Faz-se ainda acompanhar por um videoclip que podem espreitar aqui
Lil Baby: My Turn
O rapper de Atlanta acaba de revelar o seu álbum “My Turn”, dois anos depois da sua última mixtape “Street Gossip”. Lil Baby, dono de um sucesso astronómico depois de “Drip Too Hard”, revela-se pronto para liderar mais uma vez a rap scene, admitindo em entrevistas que “My Turn” é o seu melhor projeto até à data.
O álbum conta com vinte faixas, e na lista de colaborações constam os nomes de Future, Gunna, 42 Dugg, Lil Wayne, Lil Uzi Vert, Young Thugg, Moneybagg Yo e Rylo Rodriguez. Inclui ainda singles já lançados, nomeadamente “Woah” e “Catch The Sun”, e entre as listas dos esperados bangers temos “Forever”, “We Should”, “Live Off My Closet” e “Gang Signs”. O álbum já se encontra disponível nas plataformas digitais do costume, e podem tirar as vossas conclusões aqui:
Lianne La Havas: Bittersweet
Os rumores de que a britânica Lianne La Havas teria projetos a caminho datam de há algum tempo. Nos últimos anos, constava que a compositora andaria a partilhar tempo de estúdio com Tom Misch, e os anos de ausência discográfico em nada têm vindo a comprometer a sua atividade dentro da indústria – deu concertos desde a sua Londres ao Mosteiro dos Jerónimos.
Não é ainda um álbum, mas “Bittersweet” é o regresso esperado. Extremamente soulful e expansivo, o single carrega dentro de si o carinho e admiração por uma arte que Lianne respira mas de que se debatiuara: cantar. Só temos a agradecer a redescobrta, e em especial esta autêntica, que pode ser ouvida aqui:
SZA, Justin Timberlake: The Other Side
SZA e Justin Timberlake uniram forças para nos trazer um dos hits dos próximos tempos. Se a junção destes nomes astronómicos parece inusitada, a verdade é que ambos fugiram aos respetivos registos para criar uma faixa glamorosa que se revê nos ritmos do funk. Extremamente contagiante, a música faz parte da banda sonora do filme de animação “Trolls World Tour”, da Dreamworks. Faz-se ainda acompanhar por videoclip, que podem ver aqui:
Jhené Aiko: Happiness Over Everything (H.O.E.) feat. Miguel, Future
“Chilombo” é o novo álbum de Jhené Aiko, que vamos estar a digerir ao longo desta semana. Por enquanto, “Happiness Over Everything (H.O.E.)” serve de cartão de visita, um single com a colaboração de Miguel e Future, e que tem ainda uma (repetida) referência a versos de Andre 3000.
“Happiness Over Everything” é um sumário do R&B a que Jhené nos habituou, e pode ser ouvida em conjunto com o videoclip aqui:
Bad Bunny: YHLQMDLG
O porto-riquenho, que revolucionou o mundo da música com o seu flow latino e a sua atitude fora do convencional, acaba de revelar o seu álbum “Yo Hago Lo Que Me Da La Gana” – estilizado “YHLQMDLG”. Benito Ocasio apresenta um projeto extremamente rico e diversificado, que reflete o desprendimento de temáticas ou géneros que o possam confinar.
“YHLQMDLG” é, na sua essência, o reavivar das raízes do perreo, e se tem pérolas que nos colocam numa “marquesina” em 2010 onde “Safaera” ressoa pelas colunas, também conta com o trap latino de “Pero Ya No” ou “25/8”. “YHLQMDLG” encontra-se disponível nas diversas plataformas digitais, e podem ouvi-lo aqui: