Com tantas novidades a chegarem-nos do mundo da música, a escolha sobre o que ouvir primeiro pode tornar-se complicada. Para facilitar as coisas, oferecemos uma seleção de novos lançamentos a cada semana, escolhidos a dedo para estarem o par do que mais interessa. Esta ronda de novidades conta com singles, álbuns e mixtapes de Jorja Smith, False Noise, LA Priest e muito mais.
Sigam também a playlist cumulativa de Fresh Finds no Spotify, com a nossa seleção dos melhores lançamentos musicais de cada semana.
Jorja Smith: Rose Rouge
A editora discográfica Blue Note anunciara em comunicado o lançamento de uma coleção dos clássicos da casa, reinventados ao estilo dos talentos emergentes e firmados na parcela britânica da indústria musical. Blue Note Re:imagined, funde o passado do jazz ao presente da música contemporânea, e é nesse ponto que se revê contribuição de aclamados artistas como Ezra Collective, Nubya Garcia, Poppy Ajuda, Jordan Rakei – a lista estende-se. Jorja Smith inaugura o projeto, e “Rose Rouge”, originalmente lançado pelo produtor St Germain, é a primeira faixa a receber a claridade sónica dos tempos presentes – já o acid jazz, constante na produção de Germain, permanece na sua essência.
Apesar dos próximos passos para o lançamento completo da coleção serem incertos, contamos com a sua publicação em setembro deste ano. Podem ouvir a interpretação de “Rose Rouge” por Jorja Smith, aqui:
Jansport J: Soulfidelity
A obra de Jansport J nota-se altamente influenciada por artistas como J Dilla e Pete Rock, e a lista de créditos que tem reunido é tão impressionante como as dos seus mestres: J produziu para artistas como Freddie Gibbs, Snoop Dogg, Ab-Soul, Ty Dolla $ign, Skyzoo, a lista estende-se indefinidamente. Soulfidelity, por sua vez, é a sua segunda beat tape do ano, que dispensa qualquer tipo de colaborações. As quinze faixas que a constituem notam-se embebidas em samples e instrumentais que soam a puro soul. Já disponível, podem ouvir a beat tape de Jansport J aqui:
False Noise: Floral Strobe
False Noise tem vindo a lançar os seus próprios projetos desde 2014, incluindo EP’s e singles. Entre as devidas obras, faltava um álbum como projeto longo e capaz de compilar diversas faixas em torno de uma narrativa para preencher esse vazio na discografia de Noise, não tivesse anos de experiência na indústria. A semana passada, tivemos acesso ao primeiro álbum do produtor canadiano, Floral Strobe, que reune o melhor do drum’n’bass e sonoridades da eletrónica que transcendem géneros estilísticos. Uma odisseia tumultosa, Floral Strobe ouve-se do início ao fim com transições tão exímias que se torna difícil distinguir as passagens entre faixas. Podem ouvir o novo álbum aqui:
Rae Khalil: FORTHEWORLD
O mais recente lançamento de Rae Khalil é a prova de que a artista californiana se encontra de volta ao ativo, e nota-se em boa forma. FORTHEWORLD conta no repertório como o seu segundo álbum, e ainda que nos últimos tempos se tenha firmado dentro do mundo do rap graças à sua presença na série Rhythm and Flow, o longo projeto adquire diversas formas e sonoridades. Num álbum que se ouve maioritariamente pelas ondas contemporâneas do r&b, há espaço para funk, para soul e ainda reggae. De alguma forma, não se perde coerência: Rae Khalil garantiu que o rap agisse como elemento unificador, capaz de entregar justamente a narrativa pretendida.
Podem ouvir FORTHEWORLD aqui:
Bruno Major: To Let A Good Thing Die
Bruno Major apresentara na semana passada o seu antecipado álbum ao público. To Let a Good Thing Die, segundo álbum do compositor e guitarrista britânico, é uma compilação de poemas, arranjados a preceito para que cada instrumento e melodia complemente a narrativa da forma mais apropriada. Bruno Major sabe fazê-lo na perfeição, e ainda que cada faixa ronde os três minutos, totalizando um álbum de pouco mais de meia hora, não fica nada por dizer – pelo menos das relações humanas e do amor.
Já disponível nas diversas plataformas digitais, podem ouvir To Let A Good Thing Die aqui:
Rook1e, aimless: Star Projector
Rook1e junta forças a aimless para fazer a entrega de “Star Projector”. Beatmakers estabelecidos em Portland e na California, respetivamente, trabalham ambos numa equipa colaborativa, a what-so-called Dream Easy Collective. Tomando partido da mesma, “Star Projector” é o lançamento consequente a tantos outros feitos por Rook1e nas últimas semanas, conduzido pela onda do lo-fi e um instrumental que se revê tão quente como etéreo. Já disponível, podem ouvir aqui:
LA Priest: GENE
Após um hiato de cinco anos, LA Priest mostra-se de volta ao ativo com o lançamento do seu segundo álbum de originais GENE. Tendo ganho reconhecimento pelos seus temas de nu-rave e cosmic pop, GENE é um olhar sobre uma nova abordagem na música de LA Priest, tendo o álbum sido estruturado com uma caixa de ritmos soldada pelo próprio artista durante 6 meses. O resultado da experimentação com a sua caixa de pandora, reflete-se numa obra intrigante e complexa, onde cada faixa se alimenta das sonoridades luxuosas e texturas produzidas por Eastgate. Já disponível, podem ouvir o novo álbum de LA Priest aqui:
Covet: technicolor
Technicolor é o novo álbum de Covet, trio estabelecido na São Francisco americana que une a guitarrista e vocalista Yvette Young a Forrest Rice e David Adamiak. Jogando nos campos do math rock e rock progressivo, technicolor mostra-se inovador no que toca à introdução de versos vocalizados Young. Até à data, Covet regia-se por composições lideradas por um baixo, guitarra e bateria, e neste álbum, Covet denota-se mais experimental, tendo jogado com novas texturas, vozes, e ainda a presença de Philip Jamieson, complementando o virtuosismo de Yvette nas cordas.
Podem ouvir o novo álbum de Covet aqui: