Com tantas novidades a chegarem-nos do mundo da música, a escolha sobre o que ouvir primeiro pode tornar-se complicada. Para facilitar as coisas, começamos cada semana a oferecer-vos uma seleção de novos lançamentos, escolhidos a dedo para uma entrada em grande. Esta ronda de novidades conta com singles, álbuns e mixtapes de MAR, João Não, Comethazine, Tory Lanez, Alina Baraz, Joyner Lucas, e muito mais.
Skepta, Chip, Young Adz: Insomnia
“Insomnia” é o novo projeto colaborativo do trio que mais ondas tem levantado dentro do grime britânico. Skepta, Chip e Young Adz juntam forças para unir pólos distintos, habitando um único universo sonoro que à partida os distanciaria, uma vez que cada um se revê ora no grime acelerado e vertiginoso, ora nas mutações da qual nasceu o drill britânico. E se à partida a junção resultaria num álbum que junta o melhor dos dois mundos, o resultado é essencialmente uma obra de rap, com uma ou outra faixa a puxar para as influências de cada um – exemplo disso é “Star In The Hood”. O álbum já se encontra disponível, e podem ouvi-lo aqui:
MAR, Guydo: Sin Ti
Depois da colaboração com MGDRV em “Alright” e da entrega de “Purple.wav”, MAR anuncia o seu primeiro single do ano. “Sin Ti” chega carregada de influências latinas, com ecos da descendência cubana que MAR e Guydo partilham. O tema aponta para um registo emocional e melódico, onde a entrega ao R&B é evidente: “Esta faixa tem a essência de um clássico dueto latino, mas com um toque de trap contemporâneo’’ – refere MAR. E se tudo aponta para aquilo que poderia ser uma balada moderna, VON DI fez questão de reinventar a energia apaixonante de “Sin Ti” com um trap beat. A faixa já se encontra disponível nas diversas plataformas digitais, e faz-se acompanhar por um visualizer que certamente não calhará mal nas inboxes dos vossos loved ones, principalmente em época de distanciamento social:
Jessie Reyez: BEFORE LOVE CAME TO KILL US
Jessie Reyez acaba de anunciar o lançamento do seu mais recente álbum, “BEFORE LOVE CAME TO KILL US”. Depois de “Being Human In Public”, Jessie volta às raízes de “Kiddo”, onde pudemos ouvir pela primeira vez o ressoar da crueza e franqueza que transbordava em cada faixa. “BEFORE LOVE CAME TO KILLS US” contém na sua essência essa mesma energia, carregada ao longo de 14 faixas em que Jessie desarma os ouvintes, muito graças às suas histórias e à amálgama de sentimentos que desvela. “BLCTKS” conta com a colaboração de Eminem, 6LACK, e ainda com a assinatura do português Lazuli na co-produção de “DO YOU LOVE HER”.
“BEFORE LOVE CAME TO KILL US” já se encontra disponível, e podem ouvi-lo aqui:
FRNKLN: Monster
Depois do lançamento de “Main”, com pouco mais de três meses, “Monster” torna-se a mais recente novidade no universo sonoro de FRNKLN. O artista português levanta o pano sobre o novo single, que conta com a participação de Kidonov na produção, mistura e masterização da faixa. “Monster” explora caminhos tão temerários e extremos como o sacrifício que ouvimos logo nos primeiros versos: “Open cuts in my feet, I’d walk over salt / Wounds in my back, I’d swim in alcohol / If there was a way I could see you again”. A narrativa traduz-se sobre uma bassline estrondosa, que se faz progredir até coincidir com os horizontes da eletrónica. “Monster” já se encontra disponível nas plataformas digitais do costume, e podem espreitar o visualizer, com mão de Diogo Coelho na arte, aqui:
Knxwledge: 1988
Knxwledge já é presença habitual listas de Fresh Finds, com presenças recentes graças ao lançamento dos singles que antecipavam o álbum “1988”. Hoje, podemos finalmente confirmar e recomendar o álbum do produtor, que se continua a lançar conteúdo atrás de conteúdo sem comprometer a sua criatividade. “1988” compõe-se por camadas de samples embebidas na nostalgia do jazz e do soul dos anos 90, produzidas pelo lo-fi que caracteriza a sua sonoridade. Capaz de potenciar o escapismo ao dia-a-dia de quarentena, “1988” poderá ser um bom album a considerar para marcar presença nas playlists que vos ajudam a descontrair. Podem ouvi-lo aqui:
Giulia Be: se essa vida fosse um filme
A cantora e compositora brasileira acaba de anunciar o lançamento do seu mais recente single. Giulia Be conta com poucos anos de carreira, com uma obra de contornos ainda embrionário, mas não se faz rogada neste novo lançamento. “se essa vida fosse um filme” é uma autêntica love song, das que transbordam genuinamente amor, por um lado da forma mais lamechas possível, por outro da forma mais cool que conseguimos conceber. A faixa rege-se pelos acordes de guitarra que brilham sobre uma percussão pouco apressada, numa vibe descontraída que encaixaria “se essa vida fosse um filme” em qualquer playlist de verão. A faixa faz-se acompanhar por um videoclipe, que podem espreitar aqui:
Dua Lipa: Future Nostalgia
Desde o início de 2018 que vimos Dua Lipa a arrasar por completo o mundo da pop com novas sonoridades, que apelavam tantos às pistas de dança modernas, como carregavam a herança de décadas passadas. E se “Don’t Start Now” e “Physical” revelavam um claro carinho pela club scene dos anos 90, “Future Nostalgia” é o culminar da evolução sonora de Dua Lipa, numa brilhante ode aos revivalismos da pop. O álbum, na sua essência, navega entre influências do funk e do disco, sem perder de vista a determinação do estatuto de Lipa como a boss lady que se tornou diante dos nossos olhos: “No matter what you do, I’m gonna get it without ya/I know you ain’t used to a female alpha”. “Future Nostalgia” já se encontra disponível nas diversas plataformas digitais, e podem ouvir o álbum aqui:
Comethazine: Pandemic
Nas últimas semanas ouvimos “No Front” e “Glide”, avanços que serviram de aviso para a iminência de um novo álbum. Pouco tempo depois, e a confirmação chega, com “Pandemic” a vir a público. Por muito que haja evidência de uma relação entre o álbum e a situação atual, Comethazine revelou através de um press release que é apenas uma coincidência – o projeto já há algum tempo que havia sido pensado, e a inspiração surgiu, na verdade, de um documentário da Netflix. Com pouco mais de vinte minutos, “Pandemic” é um olhar aberto para o universo hedonista do rapper. Já disponível nas plataformas digitais do costume, podem ouvir “Pandemic” aqui:
João Não: nossa regra (rosa negra)
O cenário musical português tem-se tornado cada vez mais receptivo a acolher distintos e novos talentos, e apesar de ainda se rever nas ondas saturadas do hip-hop e do rap, há espaço para a introdução de novas referências sónicas. João Não tem tudo para se tornar numa. Apesar de “nossa regra (rosa negra)” ser o primeiro lançamento em nome próprio, o artista gondomarense já ombreara com Maudito em “Dá-me Espaço”. No novo tema, faz-se ouvir por entre fados e tarraxo, contando com a produção de Sien, e gravação, mistura e masterização de Zé Poças. “nossa regra (rosa negra)” encontra-se disponível no YouTube:
Joyner Lucas: ADHD
Depois do lançamento de “Revenge”, “I Love” e “ISIS”, tudo apontava para o lançamento do antecipado álbum “ADHD”. Joyner Lucas regressa assim à atividade com um disco onde se revela bem acompanhado, ao lado de figuras como Logic, Young Thug, Chris Brown, Timbaland, Fabolous e KING OSF. Alguns dos skits contam ainda com a presença de Kevin Hart e Chris Tucker. “ADHD” é o grito de guerra de Lucas, que se viu em dificuldades com a sua editora para lançar o projeto, que vinha sendo adiado. Já disponível, podem ouvir o novo álbum aqui:
PARTYNEXTDOOR: PARTYMOBILE
“PARTYMOBILE” é o mais recente álbum de PARTYNEXTDOOR, três anos depois do lançamento do seu último registo. Foi durante este período de tempo que Jahron Brathwaite se fechou dentro do estúdio, revendo e aperfeiçoando o álbum até se sentir confortável e satisfeito com a criação da sua obra-prima. “PARTYMOBILE” é um testemunho de vulnerabilidade, onde se torna clara a entrega e o descarregar do peso emocional canalizados pelo R&B e o hip-hop minimalistas que caraterizam a estética de PARTY. O álbum já se encontra disponível nas plataformas digitais do costume, e podem ouvi-lo aqui:
Mick Jenkins: Snakes feat. Kojey Radical; Fronstreet (Freestyle)
Por alturas de janeiro, ouvimos o EP de Mick Jenkins “The Circus”. O registo ainda soa a fresco, mas Mick Jenkins já regressou com mais novidades: duas faixas distintas, onde os versos do MC se fazem ouvir sobre novas sonoridades, não tão óbvias. “Frontstreet” é um freestyle clássico, cuja produção guiada pelos sons da eletrónica fica ao encargo de KAYTRANADA. Já “Snakes” assume-se como uma colaboração onde Kojey Radical garante a entrega do seu flow exímio, trazendo o devido orgulho à escola britânica, em cima de um beat mais próximo das sonoridades tradicionais do hip-hop. Disponíveis nas plataformas digitais do costume, podem ouvir ambos os temas aqui:
Tom Misch, Yussef Dayes: Kyiv feat. Rocco Palladino
A menos de um mês do antecipado lançamento de “What Kinda Music”, LP colaborativo que alia a genialidade de Misch à de Dayes, a dupla oferece-nos mais um olhar sobre a óbvia química artística que se sente nas suas jam sessions. Sobre “What Kinda Music”, havíamos já recebido um pequeno testemunho em nome de “Lift Off”. “Kyiv” nasce efetivamente dessas mesmas filmagens, sobre um improviso onde Rocco fez questão de assentar os primeiros acordes, dando asas à mestria de Dayes na percussão e de Misch na guitarra. “Kyiv” já se encontra disponível, e podem assistir à jam session aqui:
Tory Lanez: W, Do The Most
Tory Lanez acaba de revelar duas novas faixas, “W” e “Do The Most”. Em “W”, Lanez contempla, em curtos dois minutos, o rumo que a sua vida tomou, deixando-se levar pelo ritmo de um beat solene: “I never saw us becoming famous in my imagination / Sat in too many rooms with losers who was procrastinatin’”. Ao contrário de “W”, “Do The Most” revê-se num clima promíscuo e boémio, onde Lanez menciona a luxúria de que tem agora o prazer de desfrutar graças ao estatuto que conquistou.
Já disponíveis nas plataformas digitais do costume, ambas as faixas fazem-se acompanhar por videoclipes, que podem ver aqui:
Alina Baraz: More Than Enough
“More Than Enough” é o novo single de Alina Baraz. A cantora e compositora do Ohio vem trilhando o seu caminho dentro do mundo da música desde 2015, tendo o EP de estreia “Urban Flora” catapultado a sua carreira para um público mais abrangente. “More Than Enough” revela-se como o terceiro single do seu antecipado álbum “It Was Divine”, com data de lançamento prevista para 5 de maio. Alina faz questão de deixar a faixa hipnotizar-nos, sobre um beat descomplicado que deixa a sua voz brilhar. “More Than Enough” já se encontra disponível, e podem ouvi-la aqui: