Demna Gvasalia, o designer geórgio e homem forte da Vetements, vai deixar a marca francesa.
Num statement exclusivamente publicado pela WWD há algumas horas, Guram Gvasalia, CEO da marca e irmão de Demna, reconheceu o papel central do designer no momentum alcançado pela Vetements em anos recentes e agradeceu o seu contributo, ao mesmo tempo que reforçou o compromisso da marca com “o contínuo testar de barreiras”.
Demna Gvasalia, que continuará como diretor criativo da Balenciaga, justificou a decisão com a vontade de “perseguir novos projetos”. “Comecei a Vetements porque estava aborrecido com a moda, e contra todas as expectativas a Vetements provocou realmente uma mudança incontornável”, explicou, rematando que “sinto que cumpri a minha missão (…) e que a Vetements é capaz de desenvolver a sua herança criativa e abrir um novo capitulo”.
É difícil argumentar que Gvasalia exagera o seu próprio impacto. Desde as polémicas apropriações de produtos de mass culture, exemplificadas nas colaborações com a DHL e o IKEA, até ao legado das mangas oversized e dos “monster shoulders” que popularam os corredores da moda na segunda metade desta década – não esquecendo, claro, o inevitável endorsement de Kanye West – a influência da Vetements é inseparável da ascensão meteórica do próprio designer. Fica, naturalmente, um grande ponto de interrogação sobre a capacidade da marca de encontrar uma identidade longe do seu “cérebro”.