10 modelos de sapatilhas que marcaram a NBA na década dos 90

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Na década dos 90, as grandes firmas desportivas partindo da ideia de “não podes jogar como eles mas podes calçar-te ou vestir-te como eles” decidiram usar os jogadores como embaixadores de marca, convertendo-se numa espécie de estrelas de Rock, ou naquilo a que hoje em dia se chamariam de influencers. Estas novas alianças entre jogadores, franquias e marcas ajudaram a aliviar o limite salarial imposto pelo comissário Stern, que tratava de equilibrar as equipas.

Nesta época, Michael Jordan dominava não só dentro das quatro linhas, mas também fora delas. Michael tinha-se convertido num ícone, uma espécie de Rei Midas do desporto, e tudo aquilo onde tocava se convertia em ouro. As vendas das suas sapatilhas disparavam, tinha um perfume com o seu nome e podíamos vê-lo a encestar com Bugs Bunny. Era muito difícil não ser eclipsado por Sua Majestade a todos os níveis, era outra liga, menos franquias e só um líder em cada uma delas. Mas existiram grandes jogadores, cheios de carisma, que fizeram com que a NBA evoluísse e se tornasse a liga de basketball mais importante do mundo.

Alguns destes jogadores foram Karl Malone, Charles Barkley, Larry Johnson, Dikembe Mutombo, Shawn Kemp, Grant Hill, Tim Hardaway, Shaquille O’Neal, Hakeem Olajuwon e Anfernee Hardaway. Todos tiveram o seu próprio modelo de sapatilhas, algumas ficaram na história, outras condicionaram o desenvolvimento de modelos futuros e outras caíram no esquecimento.

1. Reebok Pump D-Time – Dee Brown

O número 7 dos Celtics, Dee Brown, saltou para a fama ao ganhar o concurso de afundanços 1991 no All-Star de San Francisco, com uma acrobacia de olhos vendados (ou no-look dunk) que lhe serviu para derrotar Shawn Kemp. Depois desta façanha, a Reebok lançou este modelo que mais tarde se converteria num standard da cultura popular americana.

2. Nike Air Max 2 CB – Charles Barkley

Corria o ano de 1994, Jordan retirou-se pela primeira vez e Sir Charles tendo ganho o MVP da temporada anterior levou a Nike a pensar que o gordo brilharia ainda mais no futuro, inclusive chegando ao anel. Decidiram arriscar e desenharam este eclipsante modelo, para chamar à atenção sobre tudo o resto. O desenho da sapatilha está inspirado num anúncio que Barkley havia filmando anos antes, onde se enfrentava a Godzilla. Os pontos brancos da midsole representam a força que se atribui a Charles, emulando as garras da criatura.

3. adidas Mutombo – Dikembe Mutombo

O poste de origem congolês foi um dos reis do abafo no seu tempo, um muro intransponível, cada lance que limpava vinha acompanhado por um gesto negativo com o dedo, claro de “na minha casa, não”. Para o desenho deste modelo a adidas decidiu prestar homenagem às origens congolesas de Dikembe Mutombo, com um estampado a remeter aos típicos têxteis do país africano aplicado tanto nas laterais do upper, como no interior da língua extra alta, coroada com o escudo africano do jogador e o seu dorsal 55.

4. Fila Grant Hill I / Fila 95 – Grant Hill

Grant Hill foi elegido como rookie do ano em 1994. Tratando-se de uma das maiores promessas da liga nesse momento, a Fila viu nele um meio de se posicionar no mercado do calçado desportivo. Decidiram portanto contar com o extremo de 2.03 metros e com a imagem da Sprite para vender este modelo de 1995, posteriormente renomeado Fila 95.

5. Converse Aero Jam – Larry Johnson

A Converse decidiu apostar por Larry Johnson e o resultado foi um nove ícone da cultura desportiva moderna que se estende até hoje. A silhueta das Aero Jam relembra as Air Force Max 180 com as que jogava David Robinson, e o esquema de cores está inspirado nas cores tradicionais dos Charlotte Hornetts.

6. LA Gear Catapult – Karl Malone

As sapatilhas do carteiro foram editadas em 1991 com as cores tradicionais da equipa de Salt Lake City, os Utah Jazz. A marca preparou uma campanha gigantesca onde o jogador percorreu os centros comerciais de todo o país, mas não tiveram o mesmo nível de hype que o modelo anterior, as Gear Light, proibidas por David Stern por serem demasiado brilhantes.

7. Nike Air Raid – Tim Hardaway

Este modelo do antigo base dos Golden State Warriors ficou na história por se ter convertido num ícone do street basket durante a década dos 90 nos Estados Unidos da América. Para o primeiro lançamento das sapatilhas em 1992, o próprio jogador protagoniza com Spike Lee vários anúncios televisivos. As Nike Air Raid serviram também de base para a sapatilha de basket moderna, influenciando vários modelos posteriores como as Nike Air Jordan VIII.

8. Reebok Kamikaze – Shawn Kemp

Kemp foi uma das principais figuras dos afundanços no anos 90, um sério concorrente a MVP da lendária final de 1996 e, no fundo, um rei que nunca reinou. Durante a temporada de 1994/95 a Reebok lançou as Kamikaze, em que o nome pretendia referenciar a forma selvagem como Reign Man voava até ao aro.

9. Etonic Akeem – Hakeem Olajuwon

Decorria o ano de 1995 e Hakeem Olajuwon, a lenda dos Houston Rockets, lançou o seu primeiro modelo de sapatilhas em colaboração com a Spalding, marca mais famosa pelas bolas que pelas sapatilhas. Como condição, o poste nigeriano exigiu que não tivessem um preço superior a 35$. Nas suas palavras, uma mãe pobre e trabalhadora com 3 filhos não poderia pagar umas Nike ou Reebok de 120$, o que ultimamente levava a que os filhos roubassem e até matassem por um par.

10. Shaq Attaq – Shaquille O´Neal

O homem de ferro, um jogador imparável debaixo do cesto e um atirador de lances livres desastroso. Shaq teve tanto impacto mediático no seu ano de rookie em 1992 que a Reebok o assinou para poder competir contra a Nike e a Jordan. Tal era a devoção por ele que se criou um logo com a sua silhueta – num dos seus afundanços destrutivos – para usar na linha Shaq Attaq, e recentemente recuperado para a coleção da Victoria Beckham com a Reebok. As suas sapatilhas, a sua linha de roupa, e sobretudo as suas aparições em filmes (e até a sua carreira musical como rapper), aliadas ao seu grande carisma, fizeram de Shaquille O’Neal uma aposta ganha para a Reebok.